Em uma colaboração entre o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC) e a Escola do Esporte com Coração da Nova Acrópole, foi celebrada a 30ª Olimpíada Nacional da Escola do Esporte com Coração da Nova Acrópole. O evento, que busca resgatar o sentido clássico do Ideal Olímpico, ocorreu nos dias 12 e 13 de julho na sede nacional da Nova Acrópole, o Módulo São Jorge, em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos (SP).
A proposta central desta iniciativa é ir além da competição atlética, visando a formação integral do indivíduo, um ideal vivenciado na Antiguidade e alinhado à visão de Pierre de Coubertin, que trouxe esse espírito para as Olimpíadas modernas, difundindo valores universais de união e paz.
Jornada de Preparação: a Pré-Temporada Filosófico-Desportiva
Para que os atletas pudessem se aprofundar nesse ideal, a Olimpíada foi precedida por uma “Pré-Temporada Filosófico-Desportiva”, que ocorreu nos dias 10 e 11 de julho. Ao todo, 195 participantes se engajaram nessa experiência de imersão que combinou a prática esportiva com a filosofia, promovendo a educação olímpica para o desenvolvimento integral do ser humano.
As atividades incluíram aulas teóricas, rodas de diálogo e ateliês esportivos em modalidades como tênis de mesa, tiro com arco, salto em distância, voleibol, corrida de resistência e xadrez.
Ricardo Vela e Sara Fantin, membros do CBPC, estiveram na coordenação geral, ministrando aulas e conduzindo as atividades. À noite, sob o céu estrelado, os participantes se reuniram em torno de uma fogueira para apresentações artísticas e oratórias. Um dos momentos de destaque foi a encenação da lenda de Diágora de Rodes, um atleta olímpico da Antiguidade, imortalizada pelo poeta Píndaro pelos seus feitos e de seus filhos, ambos campeões olímpicos. Toda a programação buscou incentivar a reflexão sobre como os ensinamentos do esporte e dos jogos antigos podem contribuir para a formação do indivíduo e a construção de um futuro baseado em valores universais.

Abertura e Competições: um propósito comum
Como proposto por Coubertin, as delegações chegam como Equipe, mas devem retornar como uma Humanidade, unidas pelo sentimento de união que transcende diferenças culturais, étnicas e de gênero. Por isso, a Olimpíada é realizada resgatando o elemento simbólico cerimonial, assim como se vivia na Antiga Grécia, onde o primeiro ato que demarca o início dos jogos é a cerimônia de abertura onde o fogo olímpico é acesso.
Com a participação de 353 pessoas, o evento contou com a presença do Professor Francisco Iglesias, Coordenador Internacional da Escola do Esporte com Coração; da Professora Luzia Helena de Oliveira, Diretora da Nova Acrópole do Brasil-Área Sul; e do subprefeito de São Francisco Xavier, Marcos André da Rosa.
Após o desfile das delegações dos dez estados participantes (RS, SC, PR, MG, RJ, SP, ES, AL, SE, BA), as competições atléticas tiveram início. Os atletas buscaram aplicar o ideal de “areté”, a excelência, em que cada um se esforçou para viver o melhor de si. Cada desafio foi encarado como uma batalha interna e externa, enfrentada com coragem e espírito de equipe. Mais do que competir em corrida, salto em distância, natação, arremesso de peso, tiro com arco, xadrez e tênis de mesa, os atletas caminharam juntos rumo a um propósito comum.
Na tarde do primeiro dia, a Professora Luzia Helena conduziu uma aula teórica sobre saúde e filosofia. Os jogos prosseguiram com natação e voleibol, em que a fibra dos atletas foi posta à prova ao enfrentar as baixas temperaturas da serra, e pularam na piscina rumo à superação de si mesmos. Esse esforço contagiou os demais atletas, juízes e todo o público presente que vibrava celebrando a capacidade de superação humana.
O dia encerrou com uma inspiradora aula conduzida pelo Professor Francisco Iglesias, que motivou os atletas e avançarem na conquista de patamares elevados de consciência e de protagonismo no mundo.
A noite foi coroada com uma belíssima apresentação artística oferecida pelos atletas da delegação do Rio Grande do Sul, que encenaram o mito de Prometeu, o titã da mitologia grega que roubou o fogo do conhecimento dos deuses e ofereceu à humanidade.
Encerramento e o Espírito do Voluntariado
O último dia começou com a finalização das provas de vôlei, tiro com arco e uma corrida de 5 km no parque municipal. A cerimônia de encerramento reuniu as delegações para a entrega das medalhas e coroas de louro, simbolizando a vitória sobre si mesmo e o sentimento de união e irmandade que permeou o evento. Esse sentimento de vitória que faz sentir, mesmo que por alguns instantes, que realmente somos uma única grande família,


É importante destacar que a realização de toda a Olimpíada é possível graças ao espírito de voluntariado que caracteriza as atividades da Nova Acrópole. Todos os participantes, incluindo os atletas, colaboram nas equipes de apoio para o preparo de refeições, limpeza, organização dos ambientes e logística geral. Essa dinâmica transforma a Olimpíada em uma oportunidade prática de vivenciar princípios filosóficos como a colaboração e a superação pessoal, fortalecendo laços de amizade e cultivando virtudes.
A 30ª Olimpíada Nacional da Escola do Esporte com Coração da Nova Acrópole, realizada em parceria com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, se consolida como um exemplo de como o esporte pode ser uma ferramenta pedagógica para o desenvolvimento humano integral, reafirmando os valores atemporais do Olimpismo.