Hoje (quinta-feira, 2) é marcado pelos 84 anos da morte de Pierre de Coubertin. O homem ambicioso e exitoso que começou com o objetivo de revitalizar a juventude francesa através da educação esportiva, marca sua presença até os dias atuais sendo conhecido mundialmente por fundar o Movimento Olímpico Moderno e restaurar os Jogos Olímpicos. Porém, o legado de Coubertin vai além do termo “Olímpico”.
Bacharel em humanismo pelo Jesuit Collège, St. Ignace, em Paris, estudou política, história, sociologia e educação na Ecole des Sciences Politiques. Com talento excepcional para o jornalismo, juntou sua paixão pelos esportes para se dedicar a reformar o sistema educacional da República Francesa, criando associações esportivas de alunos e organizando diversas escolas de esportes, conquistando o posto, posteriormente, de secretário-geral da União das Associações Desportivas Francesas (USFSA). Coubertin acreditava que a autonomia no esporte poderia desenvolver cidadãos democraticamente conscientes, firmando-se como um educador progressista.
Foi em 1892 que apresentou pela primeira vez em público sua ideia de reviver os Jogos Olímpicos, no 5º aniversário da USFSA. Para ele, os Jogos iam além da própria característica de competição, como ressaltou em seu artigo Os Jogos Olímpicos de 1896: “Se a instituição (Jogos Olímpicos) prosperar – como estou persuadido, todas as nações civilizadas ajudando, isso acontecerá – pode ser um fator potente, embora indireto, para garantir a paz universal. As guerras eclodem porque as nações se entendem mal. Não teremos paz até que os preconceitos que agora separam as diferentes raças tenham sido superados. Para isso, nada melhor do que reunir periodicamente jovens de todas as raças para amáveis provas de força muscular e agilidade”. Sua ideia baseava-se em uma organização esportiva, para todas as nações, que viabilizasse o desenvolvimento de um internacionalismo pacífico utilizando-se do esporte como ferramenta educacional. Desta forma, desejava que o objetivo da ideia Olímpica, de desenvolvimento de traços morais e de caráter social, incluindo honestidade, jogo limpo, lealdade e amizade, extravasasse do contexto esportivo para a vida cotidiana.
Em 1894, fundou o Comitê Olímpico Internacional e exerceu o cargo de secretário-geral, enquanto o primeiro presidente estava a cargo do grego, Dimitrios Bikelas, representante da nação anfitriã dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em Atenas em 1896. Pierre de Coubertin assumiu a presidência em 1896 como representante do país-sede dos segundos Jogos Olímpicos, Paris 1900, deixando seu cargo após 29 anos, em 1925. Sua presidência foi marcada por apresentações muito complexas de reformas no ensino em relação aos seus objetivos quanto à educação esportiva e ao Olimpismo. Fundou em 1906 a Sociedade dos Esportes Populares, que popularizou a ideia de todo cidadão ter saúde mental e física, além de garantir a prática esportiva para todas as classes. Em 1917, fundou em Lausanne uma instituição Olímpica como um centro esportivo comunitário modelo para o uso de todos.
Coubertin morreu aos 74 anos, em 1937, após uma vida entregue a filantropia. Compreendendo livros, críticas e artigos publicados em jornais, Coubertin totaliza mais de 15.000 páginas impressas em seu acervo, compartilhando suas visões e pensamentos. No entanto, seu legado não pode ser limitado por páginas. O Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin destaca uma citação de Coubertin do artigo The Victory of Olympism, publicado na La Revue Sportive Illustrée em 1920: “O Olimpismo é uma máquina excelente e silenciosa. Suas engrenagens não rangem e seu movimento nunca para”. Atualmente, o Movimento Olímpico abrange mais de 200 países, em virtude do trabalho insistente de Coubertin. Você pode encontrar muitos dos textos escritos por Pierre de Coubertin acessando o livro Pierre de Coubertin 1863-1937: Olimpismo – Seleção de Textos, disponível em publicações no nosso site, além de outros conteúdos.