Pierre de Coubertin, o fundador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, pretendia deliberadamente criar um movimento universal que elevasse a interação do corpo e da mente a um ideal por meio do esporte praticado (como sinal de força de vontade). A antiguidade grega foi o modelo de Coubertin. O destaque visível foram os Jogos Olímpicos a cada quatro anos, nos quais o francês priorizou inicialmente a ideia de paz e até mesmo de paz social.
O Movimento Olímpico, portanto, no seu início precisava não apenas de uma estrutura institucional (Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitês Olímpicos Nacionais, Jogos Olímpicos), mas de uma orientação intelectual, uma filosofia Olímpica, para a qual Coubertin cunhou o termo Olimpismo como parte da sua ideia Olímpica. Consequentemente, Coubertin enfatizou repetidamente que o Olimpismo era “não um sistema, mas uma atitude espiritual”, que “busca unir todos aqueles princípios que contribuem para a perfeição do ser humana”. Para isso, projetou conceitos de ensino e criou instituições educacionais exemplares.
Os pensamentos de Coubertin estiveram entrelaçados à educação desde muito cedo, sobretudo uma educação esportiva que transcendesse os limites dos elementos técnicos e físicos do esporte, por isso que repetidamente encorajou as pessoas a repensar sobre o seu significado e o valor do corpo. Como legado, Coubertin tentou promover competições esportivas e educativas que impactassem os povos que as acompanhavam; desde o princípio sua intenção era uma competição entre nações amantes da paz e um internacionalismo que enfatizasse a honra pacífica da nação.
Os Princípios Fundamentais do Olimpismo, publicados na Carta Olímpica, podem ser definidos de forma resumida a partir das seguintes propostas educativas:
– A conexão harmoniosa de corpo, mente e força de vontade;
– A tarefa de colocar o esporte a serviço desse desenvolvimento humano em todos os lugares, do qual deriva o Esporte para Todos como direito humano;
– A ligação do esporte com cultura e educação;
– Inclusão da juventude na prática esportiva para a construção de um mundo melhor e mais pacífico;
– Encorajamento do respeito mútuo, da amizade, da solidariedade e do Fair-Play.
Esta padronização basilar para a ideia da filosofia Olímpica é o que dá sentido ao desenvolvimento aberto das concepções que podem ser atribuídas não apenas aos Jogos Olímpicos como modelo para a sociedade, mas para o esporte e a educação como um todo em diferentes esferas da vida, como se referiu Pierre de Coubertin ao dizer: “A educação, que é uma bela tarefa, tão excelsa, sempre me pareceu que se compõe de uma multiplicidade de pequenas coisas, de pequenos detalhes, de pequenas considerações aparentemente menores […] a educação deve ser o prólogo da vida. O indivíduo adulto será livre e a criança também deve sê-lo. Trata-se tão somente de ensiná-la a fazer uso de sua liberdade e a compreender sua importância”.
O Olimpismo tem sido cada vez mais objeto de programas educacionais nos últimos anos, propagado de diferentes formas de acordo com cada país, modificando sua estrutura, metodologia e aplicabilidade prática. No entanto, sabe-se que sua filosofia segue sendo única independentemente do local e da forma que é ensinada, promovendo valores que intensificam a ideia de autoconhecimento, ética e moral do indivíduo, respeito e tolerância entre os seres humanos, paz e entendimento internacional e a promoção do esporte educativo enquanto ferramenta para o desenvolvimento social e afetivo.
Imagem de capa: Escola de Educação Básica URI – Erechim.