Hoje (quinta-feira, 23), é celebrado o Dia Olímpico, data em que ficou marcada pelo retorno oficial dos Jogos Olímpicos que aconteciam na Grécia Antiga e, principalmente, a criação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894. A ideia central de reviver os Jogos não teve início em Pierre de Coubertin, mas foi o Barão quem concretizou o plano pedagógico e esportivo para desenvolver a união internacional dos povos a partir do megaevento, graças as experiências relacionadas a educação, filosofia e exercício físico que teve ao longo de sua vida.
Os Jogos Olímpicos são mais antigos do que se pode imaginar, seus primeiros registros são datados do ano de 776 a.C., não se sabe ao certo como surgiu a ideia de fazer uma competição nesse estilo na época, mas sua origem oficial foi na Grécia Antiga, ocorrendo de quatro em quatro anos e apenas os homens que participavam das competições.
Apesar de toda a competitividade pela qual os Jogos Olímpicos têm como característica, o megaevento da antiguidade tinha uma prerrogativa muito religiosa por trás, do culto aos deuses do Monte Olimpo, tanto que as premiações, ao invés de medalhas brilhantes de ouro, prata ou bronze, eram coroas de oliveira, que vinham dos santuários da cidade de Olímpia, local onde foi sede dos Jogos Olímpicos da Antiguidade pelos primeiros 250 anos. Conforme a cidade-sede mudava, a matéria-prima da coroa também se alterava. No início, as competições duravam um dia inteiro, até que em 684 a.C acabaram se ampliando para 3 dias, e no século 5 a.C. se estendendo por 5 dias. Destaca-se que, desde essa época, já existia a Trégua Olímpica entre os povos, um período em que os povos em conflito paravam, por um breve momento, de duelar para disputar os Jogos.
Apesar de toda a competitividade pela qual os Jogos Olímpicos têm como característica, o megaevento da antiguidade tinha uma prerrogativa muito religiosa por trás, do culto aos deuses do Monte Olimpo, tanto que as premiações, ao invés de medalhas brilhantes de ouro, prata ou bronze, eram coroas de oliveira, que vinham dos santuários da cidade de Olímpia, local onde foi sede dos Jogos Olímpicos da Antiguidade pelos primeiros 250 anos. Conforme a cidade-sede mudava, a matéria-prima da coroa também se alterava. No início, as competições duravam um dia inteiro, até que em 684 a.C acabaram se ampliando para 3 dias, e no século 5 a.C. se estendendo por 5 dias. Destaca-se que, desde essa época, já existia a Trégua Olímpica entre os povos, um período em que os povos em conflito paravam, por um breve momento, de duelar para disputar os Jogos.
Avançando no tempo, no século XIX, mais precisamente em 1 de janeiro de 1863, nascia Pierre de Coubertin, que durante a infância estudou em um colégio jesuíta, sendo um leitor assíduo. Aos 13 anos, leu o livro “Tom Brown’s – School Days”, este livro conta a história de um garoto, que estudava na Rugby College (escola que terá uma grande influência na história de Coubertin e nos Jogos Olímpicos) que, após ser excluído dos círculos sociais daquele contexto, usou o esporte como um meio para se destacar no âmbito escolar, causando uma mudança drástica em sua vida. Este livro serviu para abrir o horizonte de Coubertin em relação ao concílio de prática esportiva com os estudos. A história também o fez refletir com o passar dos anos sobre como a educação era desenvolvida na França, seu país, e a falta que o esporte fazia para um melhor desenvolvimento e aprendizagem dos jovens estudantes, como cita: “Como faremos com nossos estudantes? Eles gostam do esporte? Estão ao menos dispostos a gostar dele? Todos têm, sem dúvida, algum desejo: ao passar por alguém que monta a cavalo, basta uma olhada para saber quem o faz bem; falam, segundo o caso, de Mérignac e de Vigeant com a desenvoltura dos exímios conhecedores, e sem ter nunca tocado numa bicicleta, explicarão que não é difícil ficar quase completamente quieto diante de um pequeno balanço do pedal…”
A obra que inspirou Pierre de Coubertin foi escrita pelo padre dominicano e pedagogo Thomas Arnold, do qual o Barão simpatizava sendo uma de suas principais referências, embora nunca tenham se conhecido. Com essa paixão pelos esportes acendendo cada vez mais, Coubertin começou a pesquisar mais sobre a prática de exercícios físicos e seus benefícios. Suas modalidades mais praticadas eram natação, hipismo, remo, tênis e boxe, além de ter um carinho especial pela bicicleta. O boxe e o remo eram os esportes que mais auxiliavam na fisiologia do indivíduo, segundo Coubertin: “Pensem que o remo e o boxe são os esportes mais perfeitos fisiologicamente […] Realmente, não há um exercício que tenha sofrido uma transformação tão completa graças ao engenho humano; assim, o remo é o conjunto ginástico mais perfeito que existe”.
Em uma de suas viagens pelo mundo, mais precisamente em 1890, quando ocorriam os Jogos Olímpicos de Much Wenlock, na Inglaterra, idealizado pelo Dr. William Penny Brookes, que segundo Coubertin é um dos principais responsáveis pelo retorno dos Jogos Olímpicos: “Se os Jogos Olímpicos que a Grécia moderna não conseguiu ressuscitar revivem hoje, isso não se deve a um heleno, mas, certamente, ao Dr. W. P. Brookes. Foi ele que os inaugurou, faz 40 anos”. Esses Jogos tinham um foco grande no atletismo. Todas essas ideias e experiências lhe fez enviar uma carta para a “Societé d’Économie Sociale”, no ano de 1888, 8 anos antes do retorno dos Jogos Olímpicos, falando sobre os impactos deste evento e como seu reflexo poderia gerar avanços no esporte e na educação.
No entanto, foi no ano de 1892, durante uma conferência na Universidade de Sorbonne em Paris, explanou sua proposta dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Na ocasião, Coubertin reforça sobre as práticas esportivas de diferentes países e ainda conclui: “Isto é suficiente para animar a este vosso servidor para que sonhe, ele espera que vocês o ajudem como o tem ajudado até agora, e com vocês ele será capaz de continuar e completar, sobre uma base adequada às condições da vida moderna, esta tarefa saudável e grandiosa, a restauração dos Jogos Olímpicos”. O público teve uma reação indiferente na época, apesar da fala ser impactante, Coubertin aos 25 anos se tornou um líder da reforma educacional francesa e da internacionalização do esporte.
Ainda assim, Pierre de Coubertin persistiu e reuniu, no anfiteatro de Sorbonne, por meio de uma votação unânime, delegados de diferentes países para uma nova votação que definiu a restauração dos Jogos Olímpicos, agora na modernidade. Em 23 de junho de 1894 foi criado também o Comitê Olímpico Internacional, que até os dias atuais é o principal órgão responsável pela organização e execução dos Jogos Olímpicos: “Para os Jogos Olímpicos, me seguiam simplesmente sem discutir. Fiz votar sucessivamente os princípios fundamentais previamente ditados em meu espírito: o intervalo de quatro anos, o caráter exclusivamente moderno das competições, a exclusão dos estudantes, enfim a nomeação de um Comitê Internacional permanente em seu princípio e estável em sua composição, cujos membros seriam os representantes do Olimpismo em seus respectivos países”, dissertou Coubertin na época. O Barão foi o segundo presidente do Comitê Olímpico Internacional, substituindo o grego Demetrius Vikelas, de 1896 até 1925.
Com a volta dos Jogos Olímpicos, o megaevento se tornou mais profissional também, o Barão de Coubertin criou a Bandeira Olímpica, em 1914, com os 5 aros representando a união dos continentes, e um fundo todo branco, simbolizando a paz que deveria existir entre os países, pelo menos durante a realização dos Jogos Olímpicos, chamada de Trégua Olímpica. Um dos objetivos de Pierre de Coubertin com o retorno dos Jogos era justamente tentar alcançar a paz mundial, ainda que por um curto período de tempo. Foi criado o lema: “Citius, Altius, Fortius”, (mais rápido, mais alto e mais forte) para representar o espírito dos Jogos Olímpicos, inspirado em uma fala do Padre Henry Didon, que acabou pronunciando essa junção de palavras durante uma aula em uma associação atlética. Em 2021 esse lema sofreu o acréscimo da palavra “Communis” (Juntos), devido a uma ideia de Thomas Bach, presidente do COI, a fim de dar ênfase na solidariedade que os Jogos Olímpicos conseguem propor, principalmente após os eventos da pandemia da Covid-19.
Depois de 15 séculos, alguns aspectos foram alterados em relação aos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Atletas de outros países puderam participar, as mulheres começaram a disputar os Jogos, foram acrescentados esportes coletivos, atletas treinados substituíram os soldados competidores, o megaevento começou a sair da região da Grécia e se espalhar pela Europa, consequentemente se expandindo para outros continentes, como a América do Norte em 1904 nos Jogos Olímpicos de St. Louis, Ásia nos Jogos de Tóquio em 1964 e na América do Sul no Rio 2016.
Além dessas novidades, os Jogos Olímpicos agora tinham uma Filosofia Olímpica por trás de sua realização, uma filosofia moldada com base nos Valores Olímpicos de respeito, amizade e excelência. Ou seja, o fair play, o respeito ao adversário, e a vontade de se superar norteiam os Jogos Olímpicos, não deixando de lado o esforço em ganhar uma medalha, nem as celebrações que são realizadas e reinventadas a cada edição dos Jogos, como nas cerimônias de abertura e encerramento.
Pierre de Coubertin veio a falecer após os Jogos Olímpicos de Berlin, no ano de 1937, e em seu último ato aborda sobre a universalidade pela qual o esporte proporciona, não limitando-se a apenas um grupo de pessoas: “O Olimpismo não representa senão uma parte de minha empresa, mais ou menos a metade. Portanto, minha “sinfonia” pedagógica se compõe de uma parte acabada e de outra que não o está”.
Nesta data especial, o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin resgata as iniciativas de Pierre de Coubertin que fomentaram na internacionalização do esporte e, principalmente, na formação de uma sociedade mais pacífica e igualitária através do Movimento Olímpico.